Porque me tratas bem ??

A Vida toda ela é recheada de um inferno de maus momentos e frustrações, aliás atrevo-me a dizer que são mais os tempos que passamos infelizes do que felizes, mas nem tudo nela poderá ser mau e ao longo dos tempos vamos verificando que os ínfimos momentâneos momentos de pura felicidade que temos ao longo das nossas Vidas são o suficiente para seguir em frente e ultrapassar todas as barreiras que vamos apanhando neste mar de desilusões.

A infelicidade é tanta que por vezes surgem as magnas interrogações do “Porque me tratas bem ?” ou “Porquê é que estás ao meu lado em todos os momentos ?“, não existe uma qualquer resposta tipificada para estas questões, existe apenas e só uma palavra que é capaz de responder a estas perguntas, mas têm restrições na sua aplicabilidade pois, se a verificar-mos no corriqueiro que é Hoje a sociedade, então não têm força para responder a estas perguntas, mas quando aplicada na sua forma mais pura e verdadeira, onde não se é capaz destrinçar a preocupação do cuidado pelo outro, ganha a força necessária para responder às perguntas de antes e muito mais, esse puro sentimento que Hoje é menos prezado pela sociedade por uma simples questão de egoísmo é chamado de Amizade, sim uma Verdadeira e Pura Amizade, coisa que talvez Hoje poucos conheçam.

E nada melhor que para abrir este novo projecto do que falar deste sentimento que ao que parece está cada vez mais em vias de extinção, tal como o altruísmo , e por isso começo por dedicar este novo projecto àquela pessoa, que ela sabe quem é, a pessoa que me acompanhou e acompanha nos maus e nos bons momentos, e que nunca fugiu quando comecei a andar para trás numa Vida onde só se anda para diante e quando todos os outros optaram por se ir embora, a ti te dedico este projecto porque acima de tudo mostraste-me o verdadeiro valor que a Vida têm e o verdadeiro valor do que é ter um Verdadeiro Amigo, a ti aquela palavra proibida entre nós, OBRIGADO.

Bem mas a final o que é isto da amizade, desde cedo começamos a fazer amigos por aqui e por ali e por vezes sem nos darmos conta de que o estamos a fazer, mas será que estamos a fazer amigos ou estamos a fazer conhecidos por ai espalhados ? Pois bem todos nós temos definida aquela linha que traça a barreira do Amigo e do Conhecido ou até mesmo do Colega de Trabalho ou de Faculdade, mas curioso é que talvez não existam duas pessoas com a mesma noção ou definição para a palavra ou para o sentimento, assim que tudo isto não passa de um jogo complicado de equilíbrio, talvez quase como a diplomacia, ao fim ao cabo neste campo todos nós acabamos sendo um pouco diplomatas ou ministros dos negócios estrangeiros das nossas vidas, a diferença é que neste jogo de peões não existem Convenções, Tratados ou Acordos firmados para saber-mos em que posição ficamos, ficamos sempre no jogo de adivinhações daquilo que talvez possamos ser para o outro que julgamos ser conhecido ou amigo, pois talvez sim ou talvez não saberemos qual a importância que nos é dada pelo outro que temos por ali em diante.

Quando entramos para a escola começamos a estabelecer complicadas relações interpessoais, aliás não as fazemos somos forçados pelo sistema a fazê-las, porque como me disseram várias vezes ao longo do meu percurso escolar antes de chegar à universidade:

“Tens que te dar bem com os teus colegas, porque não podes viver sozinho no mundo !”

realmente é verdade não posso viver sozinho no mundo, porque sou forçado a viver em sociedade, dificilmente se me fechar em casa ou numa redoma de vidro terei condições para sobreviver mais que uns dias, mas este tipo de coisas não pode ter limites marcados temporalmente, porque no final aquilo que estão a fazer é criar uma ilusão nas nossas cabeças de que lá fora daqui a uns anos a sociedade é um mar de rosas quando no final não passa de um sociedade egocentrista e egoísta onde o pensamento do próprio vale mais do que daquele que está ali mesmo ao lado, em vez de nas escolas ensinar-mos aos moços o significado de uma palavra e atitudes em vias de extinção como é o caso do altruísmo, não criamos os monstrinhos que vão ser o futuro da nossa sociedade, mas claro como poderão os professores das escolaridades obrigatórias ensinar estes valores quando eles próprios não sabem o que isto significa, ups parece que entrá-mos num paradoxo do sistema de ensino. Sim na realidade é o que acontece no sistema educacional português que com tanta autonomia ministerial se está a tornar num sistema Democrático Imperialista, passo a explicar o porquê do nome, de democrático só têm mesmo o nome porque na realidade quem manda é o Director do Agrupamento como agora lhes chamam, já lá vai o tempo, no meu, em que apenas, eram apenas, Presidentes do Conselho Executivo da escola, aquele órgão que era eleito para um determinado número de anos por mandato, hoje os Senhores Directores, têm quase tanto poder dentro de um estabelecimento, como o Ministro não têm para todos a nível nacional, o que é que está a acontece, vivemos na desordem total nesta Republica Democrática das Bananas ao nível do sistema de ensino, e digo-o com mágoa, desenganem-se aqueles que o digo de ânimo leve, fico alarmado do que será o futuro do meu país ou melhor fico preocupado com o que será desta total sociedade do futuro. Não esqueçamos que HOJE vivemos numa sociedade que abandona pessoas idosas nos hospitais, numa sociedade que arranja desculpa para tudo e algo mais para se livrar dos problemas que têm em cima, e NUNCA as pessoas são capazes de admitir as suas falhas ou culpas, ou serei eu que vivo numa sociedade diferente dos outros 99% que me rodeiam ? Parece-me que não. Em suma parece que a escola cada vez mais cria um sistema social todo ele desigual e desumano, mas quem serei eu para afirmar tal estupidez, tenho que me limitar a ser aquilo que sou, um ser insignificante na sociedade.

Depois os tempos continuam a rolar e chegamos aos últimos anos do ensino secundário, e quando aqui chegamos já mudamos várias vezes de grupo de amigos, ou não, e até já esquecemos aqueles com quem brincávamos na rua, coisa que hoje se deixou de ver, os miúdos já nem isso sabem o que é, vivem rodeados de um mundo virtual e qualquer dia já nem uma arvores saberão o que é, e cada vez mais se houve nas salas de aulas frases tipo:

“Professor – Então António de onde vêm o leite ?

Aluno – Então “stora” vêm do supermercado !”

mas voltando ao secundário, no final lá para os lados do décimo primeiro ou décimo segundo, começamos a pensar para onde vamos estudar a seguir, uns, muito poucos, ficar-se-ão por ali outros prosseguirão para as faculdades e fazem-se “acordos” em como ficaremos amigos, blá blá blá, vêm as férias de verão, as últimas daqueles tempos, aproveitamos aquele convívio do grupo e chegado Setembro saem as colocações no Ensino Superior e o “drama, a tragédia e o horror” começam naqueles primeiros tempos, para muitos vai ser um local novo, uma vida nova, uma vida longe da família, e chegam algumas responsabilidade da Vida nova.

Nos primeiros tempos tudo parece um sonho, novos amigos, todos parecem ser pessoas porreiras e de bom grado, mas o tempo começa a caminhar e mais tarde ou mais cedo começas a perceber que afinal de que pessoas é que estás rodeado, mas claro vamos lá por aqui travões, tudo isto variará de curso para curso, de instituição para instituição e até mesmo de cidade para cidade, em cursos que o pessoal lhes chama de “elitistas” como por exemplo Direito, que ainda não percebi o porquê, mas por este andar também nunca vou perceber, começamos a tomar contacto de como são as pessoas, resumindo é “sete cães a um osso” como se diz na gíria popular. Sim é complicado, porque primeiro somos todos amigos, mas logo na primeira época de exames percebes o calibre das pessoas, atrevo-me a dizer que não há amigos aqui, tens apenas colegas de faculdade e terminada esta, e as pessoas nem fazem sentido do que é o mundo fora das portas do sistema educacional, e ai sim vais ver os falsos amigos a ficarem ainda piores por verem que tu tens um emprego e não um trabalho, porque ao fazeres aquilo que amas nunca serás um empregado, serás sempre um feliz trabalhador que não se importará de ir para o emprego fazer algo que gosta. Mas primeiro que chegues a saber quem realmente são os teus amigos na faculdade aqueles que ficarão para a Vida ainda vais “passar as passas do Algarve” até os conseguires verdadeiramente saber quem são e com alguma sorte nunca saberás quem são.

Como dizia Cícero:

“Nas Vitórias verás a quantidade de amigos que tens, mas nas Desgraças verás as suas qualidades !”

em suma, quando toda a tua Vida te corre mais ou menos de feição nem saberás quem são os teus verdadeiros amigos de “tantos” que tens, mas nos dias em que a tua Vida começar a amargar aí sim verás quem realmente são os Amigos que tens ao teu lado, e sim podes acreditar que isto é verdade porque a Vida assim me o fez ver que é assim.

Agora toca a ti fazeres para ti próprio a seguinte pergunta para aqueles que achas que são teus amigos “Será que ele estará aqui em todos os momentos ?”