A Gestão das Amizades

Eis a questão, porque é que as pessoas nos obrigam a escolher quando não há nada para escolher ?

Muitas podem ser a respostas a esta magnânima pergunta, mas a resposta que darei é a ela será a mais pura e talvez a mais ingénua que alguma vez poderei dar, porque na e em Verdade ainda acredito no puro e genuíno sentimento ao qual existem milhares de milhões de definições para aquilo que denominamos como “Amizade” ou “Amigo”, segundo a definição da 8ª Edição do Dicionário da Lingua Portuguesa da Porto Editora as definições são as seguintes:

Amizade s.f. afeição por uma pessoa; simpatia; dedicação; atracção (Do latim amicitate- )

e

Amigo s.m. aquele que estima outra pessoa ou é por ela estimado; partidário; amásio

no entanto a Filosofia Socrática, Platónica, Confúciana, Kantiana, Cícerana, entre tantas outras correntes aqui acrescentariam páginas e páginas de novas definições a estas duas palavras, no entanto tenho a descordar de tantas definições que já tantas vezes li. No actual sistemas social a definição que é dada pela dicionário supra referido é perfeitamente enquadrável, só que o sentido puro esse derivará sempre de cabeça para cabeça e o engraçado nestes “jogos” é sempre a mística do tentar saber aquilo que representamos para aquele alguém que consideramos uma verdadeira amizade.

A noção pura essa será sempre indescrítivel, dado que já mais existirão palavras para traduzir aquilo que sentimos, todos aqueles nano impulsos que traduzem e despertam nos nossos corpos alterações que nos levam a “confiar” ou “desconfiar” daquela pessoa que temos ali pela frente, são os gestos, os sinais, as palavras irreflectidas que nos levam a traduzir aquilo que somos e a liberdade que damos às pessoas de nos conhecerem e ser-mos conhecidos, mas claro está tudo isto têm as suas definições e a Porto Editora descreve-os da seguinte maneira:

Confiança s. f. ânimo; ousadia; segurança íntima ou convicção do próprio valor; bom conceito de pessoa estranha

ou

Confiar v. intr. ter confiança; acreditar | v. tr. entregar ou comunicar alguma coisa a alguém sem receio de a perder ou sofrer dano; revelar; transmitir | v. refl. entregar-se; descansar em alguém

ou

Desconfiar v. tr. conjecturar; ter desconfiança; suspeitar; duvidar | v. intr. perder a confiança; duvidar de sinceridade ou honestidade de alguém; melindrar-se (Des + confiar)

claro está que tudo isto são as definições padrão para as massas, não quer dizer que o próprio indivíduo não as adapte ou corrija no seu conceito de Vida. Mas neste jogo que é a descoberta, o que é que de verdade nos revela a pessoa que temos pela frente ? E a partir daqui temos o caminho aberto para colocarmos todas as questões que surjam neste panorama e não serão, certamente, poucas as questões que cada um levantará para si mesmo.

No meio disto existe uma questão que podemos colocar e talvez obter a resposta por nós mesmo, é simples, mas de resposta tão complexa:

O que é que fez ele ou ela acreditar em mim e mostrar o seu carinho ou afecto por alguém que nem sequer conhecia à dias, horas ou minutos atrás ?

O que tenho que os outros não têm ?

Onde está a diferença ?

E mais uma vez temos outros pontos de partida para desenrolar e descobrir a Vida, todavia não teremos sido nós a “abrir a porta” a que tal se proporcionasse ? eis uma nova questão.

Voltando ao tema que abriu esta publicação e depois de toda esta introdução, porquê é que nos obrigam a escolher quando não há onde escolher ? desenganem-se aqueles que pensão que na minha Vida efectuarei escolhas e fiz escolhas ou faço escolhas para estar com as pessoas que realmente me importam na Vida, que por acaso disseram-me que era o actor principal neste papel e dele não abdicarei, em certa parte a ruindade da minha “novela” nesta parte de níveis tão elevados que nem preciso de fazer escolhas, tenho sempre tempo para estar com todos. No entanto sou sincero prefiro que os meus telefones permaneçam silenciosos nos “miles” de chamadas e mensagens que recebo a convidarem-me para algo, alguns consideram-me arrogante, rude, egocentrista, um monopolista, felizmente não considero que me enquadre em nenhuma destas categorias, apenas e só me considero realista, alguém que teve a sorte da Vida lhe proporcionar uma visão diferente daquilo que é a Vida dos outros que a rodeiam, ver que por vezes nem sempre é mau “afundarmo-nos e batermos no fundo do oceano” para perceber o quanto valemos para os outros e o quanto os outros valem, aprendemos a ser mais altruístas, algumas vezes tanto que pelo pensamento da sociedade moderna “chegamos a roçar o limite da estupidez”. O que acontece é que Hoje para além de ser uma pessoa respeitada nos meios em que circulo, sou também aquela pessoa que não se importa de dar “dois dedos” de conversa aquela pessoa que limpa as latrinas ou que passa horas à porta de um edifico a cumprir a sua missão, porque na realidade um sorriso pela manhã com umas simples palavras de “Bom Dia” podem não laver nada, mas valem o que valem, porque nos dizes que estamos atarefados ou aluados as pessoas vêem-nos cumprimentam-nos e a nós passou-nos ao lado, mas, e aqui sim, nos dias em que estamos desanimados, estamos sem alento para trabalhar, ou estudar, ou sei lá, são essas pessoas que tiram um minuto das suas tarefas e nos dão um sorriso e nos dizem um “Bom Dia” que nos permite naqueles instantes sorrir, são estes “dois dedos” de conversa que nos ajudam a levantar a cabeça naquele momento e talvez naquele dia ! Na verdade não somos todos seres humanos, não somos “todos iguais, todos diferentes” ?

Hoje tenho pessoas que não escolhi, mas a quem dei o meu voto de confiança na amizade, pessoas a quem dei “luz verde” para explorar a pessoa que sou, as pessoas que realmente merecem conhecer-me, as pessoas que dedicaram parte do seu tempo para me animar, para me proporcionar uns dias de felicidade, foram estas pessoas que permitiram que o sentimento da “despedida” deixa-se saudades, naqueles momentos, não importaram o ontem nem o amanhã, importou sim o Hoje, o Agora, o neste momento. Foi esse alguém que não se importou de me apresentar ao seu grupo de amigos, foi esse alguém que me permitiu escolher outro lado da vida e tradição coimbrã, algo que buscava uma definição desde que aqui entrei nesta cidade, algo que realmente nunca consegui obter, algo que Hoje é mais visível, mas não será certamente agora que chegou para ficar, no entanto tive a oportunidade de o experimentar, e claro está como em qualquer “coisa” aditiva queremos, talvez, sempre mais num mundo onde talvez o menos seja a chave.

As amizades permitiram, permitem e permitirão sempre um maior grau de confiança e de liberdade para brincarmos e andarmos na palhaça ou até mesmo, em determinados mandar uma charada mais ofensiva, no entanto será sempre preciso analisarmos bem as circunstâncias em que e como as mandamos, porque a tolerância terá sempre os seus limites tais como as brincadeiras e se destas antevierem antecedentes então mais cuidado devermos proporcionar em tais comunicações, sejam elas verbais ou escritas; dado que claro está uma base sólida de uma amizade leva o seu tempo a solidificar, mas para dinamitar uma ponte bastarão sempre apenas e só meros segundos, os que a teoria da gravidade com relevância ao atrito assim determinar, o pior é quando o atrito é inexistente. Mas haverá sempre uma “entidade” que será sempre soberana até mesmo a nós próprios, a qual denominamos de “consciência” e cada um te-la-á mais ou memos pesada, quanto a eu próprio nesta matéria, a minha cabeça parece uma pluma quando assenta na almofada.

Quanto a tudo isto só tenho duas palavras a afirmar:

“Obrigado a este alguém, que sabe quem é, por tudo o que me proporcionou nestes últimos momentos !”

Agora é altura de pensares no seguinte:

O que importará um Pequeno Momento que guardarás para a Vida e a adição de uma pessoa que estará ali, ou um Grande Momento cujo o conteúdo é grande, mas o sabor do sumo esse não existe ?

Pode ser o anúncio de uma marca cervejeira, mas o screenplay e o argumento está algo de realista, em Portugal também sabemos fazer bons anúncios, e sim uma amizade sabe sempre bem com uma imperial/fino a acompanhar !

“Se a Vida conspira contra a Amizade, conspiremos juntos para  defender !”

PS – Obrigado por ter lido este texto, espero que tenha gostado, pode dar as suas sugestões enviando um e-mail para palavras@words.vasnfer.com