A intuição em apostar …

Será que todas as apostas que fazemos na Vida queremos que elas tenham um retorno positivo? Será que somos mais ou menos felizes com o resultado destas?

São vários os tipos de apostas que fazemos na Vida, algumas podemos dizer que são efectivas apostas, outras dizemos que são “apostas” mas não passam de um objectivo, ou de acto, ou de um gesto, cujo seu final é uma verdadeira incógnita e onde a “Lei das Probabilidade” é rainha e senhora do estado da arte.

Um desses casos de efectiva e concreta aposta é por exemplo quando jogamos num qualquer jogo de sorte ou azar, como é o caso do Euromilhões onde as probabilidade de ganhar se encontram efectivamente calculadas e são invariáveis, ou seja podemos dizer com uma certeza absoluta que a probabilidade de ganho deste mesmo jogo é de 1 em 116 531 800 , comparativamente é mais “fácil” a sua próxima viagem de avião ter um acidente fatal, onde a probabilidade é de 1 em 686 000 voos, segundo a o relatório de segurança da Organização Internacional da Aviação Civil, do que ganhar este mesmo primeiro prémio. Estão são casos onde é possível o calculo com base nas teorias e normas matemáticas saber qual a real possibilidade de algo acontecer ou não, chamemos um estado de arte positivada e concreta, e claro como em tudo o que esta disciplina permite é necessário que hajam as variáveis e as incógnitas especificas para que exista um resultado minimamente fiável.

Mas claro, nem todas as apostas que fazemos possuem as variáveis para que possamos calcular as tais probabilidades de alguma coisa, porque em muitos dos casos não só elas são inexistentes, mas quando as existem o risco e a taxa de variação destas mesmas variáveis são elevadíssimos o que inviabilizaria à partida qualquer calculo probabilístico sem que tenhamos que recorrer há colocação de um cenário utópico para saber um determinado valor, cujo a aplicação ou dedução real será inexistente ou impossível. A cada momento ou instante em que vamos escrevendo ou representando aquilo que está definido num tal guião ao qual cujo o actor não têm acesso, faça-se a analise consoante aquilo em que cada um crê que é, estamos a fazer uma selecção de um caminho que terá as suas próprias incógnitas e, a cada escolha estará sempre implícita uma “aposta” em algo que confiamos que se irá realizar e naquele preciso momento não estamos mentalmente a calcular qualquer possibilidade de apostar algo com ou sem retorno.

Poderei não ser detentor de uma fortuna monetária enorme, não sou um vencedor nos jogos de sorte ou azar, mas em posição contrária a esta, considero-me ser um indivíduo vitorioso nas “apostas” que faço em determinadas acções ou gestos ou até mesmo nas próprias pessoas em que decido apostar a lançar para outro patamar, neste caso último não faz muito sentido dizer-se que “apostei” na pessoa, porque as pessoas não são corridas de cavalos para se apostar num animal, mas também não considero que exista uma palavra especifica e em concreto para dizer isto mesmo referente às pessoas. A grande diferença que existe entre uma coisa e uma pessoa é que, em certa medida, quando as coisas dão para o torto, as consequências são bem mais nefastas do que quando escolhemos um determinado caminho para percorrer numa acção que se tornará irremediável, mas com a qual teremos que viver o resto da linha do tempo.

E quanto ás pessoas ?

Quanto ás pessoas existe ainda outro aspecto que é o factor “medo“, sempre associado a determinada acção, acto ou conhecimento, o medo de avançar em determinada direcção é um sentimento muitas vezes associado a uma qualquer revelação, porque não sabemos como será a relação com a reacção daquele outro par, que temos ali diante de nós e dos nossos próprios olhos, nada que não se contorne com alguma facilidade nos dias de hoje; nos tempos que correm e com a cobardia que vai sendo típica, quando deveria ser atípica, as pessoas cada vez mais transmitem os seus pensamentos evasivos através das simples mensagens electrónicas, porque escrita em papel isso já saiu de circulação há muitos anos, como dirão alguns escrever a punho já é uma coisa “vintage”.

Falando agora um pouco mais a sério, por vezes quando queremos realmente querer elevar uma determinada pessoa que apenas conhecemos a um estatuto de pessoa amiga ou que sabemos que realmente estará ali ao nosso lado, colocamos quase sempre pela dianteira o factor “tempo” em conjunto com o comportamento que a pessoa vai demonstrando tanto para nós como para a comunidade em geral, e partir daí vamos tirando as nossas ilações que vão dando uma predeterminação daquilo que é o carácter dessa mesma pessoa, e como está claro e como em tudo, por vezes estas pré-conclusões que tiramos podem ser erradas e estamos naquele preciso momento a colocar preconceitos em algo e alguém que nem sequer existe, dado que, por vezes, a beleza interior das pessoas não reside no seu aspecto exterior visível, mas sim no conhecimento profundo e interior daquilo que, realmente, aquele ser humano é numa perspectiva mais real, mas claro está nem todos conseguimos aceder a esse conhecimento profundo, porque para lá chegar é necessário, não só o factor tempo, mas também sermos autorizados a lá entrar e a darmos algo troca, e aqui a grande variável que é imensurável e que serve como desbloqueador é mesmo a “confiança” que damos e recebemos aos e dos outros.

E neste sentido quando “apostamos” nas pessoas aquilo que estamos a fazer e a agir não é nada mais do que estar a atribuir factores de confiança, como se fossem autênticos factores de crescimento, e é a partir de aqui que dentro de uma zona de conforto e controlo que vamos aumentando e testando exponencialmente o outro em quem temos e onde residem determinadas esperanças, quando esse outro atinge determinado patamar, abrimos mão da zona de controlo e deixamos que essa própria pessoa aja com o seu próprio controlo, mas quando se atinge esta categoria, já nós próprios viajamos ao lado dessa pessoa de olhos vendados ou fechados, porque temos a plena confiança nela e aqui são raras as pessoas que atingem este patamar, digamos que em toda uma Vida se calhar conseguimos contar com os dedos de uma só mão as pessoas que aqui chegam.

Uma coisa que não consigo entender por mais tempo que passe é o porquê das pessoas subitamente se afastarem umas das outras sem qualquer justificação para tal, não coloco em causa quando acontecem factores externos à Vida como emprego, trabalhos no estrangeiro, deslocações, entre tantas outras coisas, falo das pessoas subitamente desaparecerem ou ficarem “offline” sem qualquer razão aparente para tal. Por vezes somos o mais sinceros possível para com as pessoas que nos rodeiam e fazemos determinadas acções que se calhar até não vão muito ao encontro das nossas razões, mas naquele momento fazemo-las, e depois subitamente, como se de uma paragem cardio-respiratória se tratasse, essas pessoas desaparecem; por vezes chega a ser tão estranho que quando encontramos, ou nos cruzamos, com essas pessoas na rua diante dos nosso olhos nem sequer sabemos o que havemos de fazer ou dizer, por uma questão de boas práticas e de maneiras, dizemos o típico tratamento de cortesia “Bom Dia” ou “Boa Tarde”, são coisa que apenas são incompreensíveis dado que somos humanos e cada humano pensa e age de maneira diferenciada, no fundo é isso que nos distingue e que nos faz criar ou roturar as nossas ligações ou conexões com determinadas pessoas, no fundo tudo não passa de agregar invisualmente e mentalmente metadatos sobre essas mesmas pessoas para nós próprios.

As “apostas” que fazemos nas pessoas nem sempre valem a pena, mas para que não tenhamos problemas em qualquer parte da nossa Vida, deveremos tomar sempre as medidas certas para que essas pessoas nunca passem das zonas controláveis da confiança, onde o respeito esse deva ser a base de toda a filosofia. Mas quando vale a pena, a recompensa de tal aposta é tão magna que apenas os gestos e as acções são capazes para descrever aquilo que as palavras não conseguem.

 

O Altruísmo de ajudar e amar o próximo não é pedir nada em troca por uma acção ou gesto, é sim nada de mais do que nos sentirmos reconfortados connosco próprios e com os nossos princípios basilares e éticos pessoais, nunca saberemos se um dia não precisaremos nós próprios de sermos ajudados por alguém que nem sequer conhecemos.