A todos é concedido parte de um ideal chamado “liberum arbitrium“, mas terá o Homem uma real escolha sobre os seus destinos, ou será ele próprio o agente principal de um guião ao qual não têm acesso ?
Todos nós nascemos e crescemos num mundo que constantemente de alguma forma nos influencia nas nossas tomadas de decisão, se seguimos o caminho A ou o B, ou se aceitamos ou negamos um qualquer termos, ou decidimos ser pessoas isentas e exemplares ou simples e meros avalistas de tudo o que nos dizem; estas são as soluções da combinação binária que é uma peça textual não escrita, mas tácita chamada Vida.
O Homem irónicamente busca na maior parte do seu tempo a perfeição, mas no fim a sua decisão faz-se por uns meros sim e não, ou melhor expondo será o Homem ou será a sua espécie que ao longo de séculos foi criando, sem lhe dar um nome, a computação binária, que por ironia é o cerne de toda a informática, ou seja a informática basicamente no seu centro nevrálgico resume-se a “0” e “1”, sendo respectivamente o “0” um “caminho” fechado ou desligado e por oposição o “1” o “caminho” aberto ou ligado, inclusive estas linhas que está a ler são uma extrema e complexa compilação de “0” e “1”; mas como em tudo o “homem” busca a perfeição e como o binário já não é suficiente na computação actual decidiu avançar para computação “quântica” que se traduz num computador que consegue efectuar cálculos matemáticos com base em “qubits”, ou seja, usando todas as particularidades matemáticas da Mecânica Quântica da Física complexa, deixando, em parte, de lado os “0” e “1”. Será que este tal ideal alguma vez passou pela cabeça de um dos principais desenvolvedores daquilo a que hoje chamamos “informática”, refiro-me ao génio, e claro como consequência dessa particularidade ao renegado, britânico Alan Turing, provavelmente nunca terá ouvido este nome na Vida não é de admirar, foi o responsável pelo desenvolvimento da “British Bombe” a una máquina que permitiu “partir” a criptografia usada pela encriptadora alemã da Segunda Guerra Mundial famosa pelo seu nome “Enigma” que permitia apenas e só possuía 150.738.274.937.250 combinações aleatórias possíveis para um par de letras, ou seja um “A” corresponder a um “B”, e ainda um dos responsáveis pelo projecto “Ultra” que em associação com a “British Bombe” permitiu, estima-se, ter encurtado a IIGM em dois anos, salvando assim cerca de catorze milhões de pessoas, e dar a vitória aos aliados.
Mas voltando à fonte binária, se repararmos todas as nossas acções são binárias, e poderiam elas ser diferentes, poderiam elas ser, e usando a incansável expressão repetida até há exaustão nas universidade, “out of the box” (Fora da caixa), poder até podem, mas será que seria a mesma, mas será que estamos nós preparados ? A esta hora já está a pensar, outra vez interrogações, mas não será a Vida um poço cheia delas? Se pensarmos verificamos que em certa medida a sociedade com a aplicação desta “ciência binária” já é uma confusão é um total desentendimento, agora imagine-se a pensar se o homem ao em vez de escolher entre um “sim” ou um “não” tivesse ainda um “talvez”, mas claro muitos serão aqueles que pensaram, anda disto faz sentido, porque por exemplo quando vou à cantina escolho um prato entre três que tenho à minha disposição, onde é que se encaixa aqui o procedimento binário? A resposta é simples e para isso basta pegar no exemplo de linguagem de programação informática, a escolha de um prato é levada pelo seguinte factor:
if( “A” = “B” , “A” , if ( “B” = “C” , “C” , “B” ) )
vamos lá traduzir isto por linguagem corrente, a escolha do prato desejado tratar-se-á sempre de uma lógica de sucessões de acções e pensamentos com base nos critérios próprio de cada pessoa, neste sentido a personalidade em conjunto com o cérebro fará uma listagem de prós e contras sobre cada prato e selecção será realizada com base naquele que obtiver mais prós e menos contras, ou seja, estamos na presença de um encadeamento de pensamentos. (Atenção a expressão lógica em cima não é a representação tácita do exposto)
Mas poderá alguma vez o homem ter a liberdade de escolha entre algo ?
Eu sinceramente penso que sim, não em todas as matérias, mas na maioria das suas acções poderá sempre escolher o que deseja, no entanto estará sempre consciente das acções que toma, nem que seja irracionalmente terá sempre alguma consciencialização das suas acções. Mas claro ao efectuar qualquer passo ou qualquer acção, as suas atitudes já mais serão singulares porque de sobremaneira afectarão sempre um outro alguém, nem que seja um desconhecido, por isso se diz que muitas vezes uma amizade dá trabalho, sim as amizades dão trabalho, porque nem tudo permitem e há que sempre distinguir as linhas que separam a rotura como aquelas que separam a fragilidade de uma estabilidade.
Na prossecução dos nossos caminhos e no meio de tantas obrigações entre tantos direitos, liberdades e garantias, surgem algumas coisas que podemos escolher e fazer os nossos caminhos com base nessas escolhas e com elas escrevendo parte daquilo que somos, queremos e fazemos na Vida.