O Louco, a Vida e a Aprendizagem …

Será que com a Loucura poderemos aprender algo na nossa Vida ? Será a loucura algo assim tão estanho na sociedade de hoje, ou seremos nós todos loucos, nesta completa aprendizagem que é o curso da linha da Vida ?

A verdadeira assimilação daquilo que é a loucura, é quando o Homem realmente se apercebe, no seio de uma outra perspectiva, o que realmente é a sociedade em que ele próprio vive, no fundo, não é nada mais do que uma sociedade caótica, onde o simples calculo da teoria do caos, se torna impossível, quando é ele profundamente e rigorosamente determinístico e dinâmico, dependendo das suas condições iniciais.

Neste pequeno intróito ficamos a perceber o quão é a sociedade relativamente aos “loucos”, mas e se o particularizarmos ao ser, ao próprio Homem na sua posição de louco, o que foi, é e será um Louco ? Nos mais diversos anos que decorreram desde os princípios da idade moderna até ao princípios da idade neo-moderna, verificamos que a loucura era tratada em frenocómios ou manicómios, hospitais para gente com doenças mentais e tão bem sabemos que as alas hospitalares relacionadas com a psiquiatria eram tudo, menos lugares simpáticos e cujo alguém quisesse entrar para tratar qualquer enfermidade que tivesse relacionada com as doenças do foro mental. Tivemos grande portugueses a dar cartas, no avanço desta especifica área da medicina, como é o caso do galardoado com o Prémio Nobel da Medicina o Professor António Caetano de Abreu Freire Egas Moniz que desenvolveu a técnica da leucotomia pré-frontal, que nada têm a haver com a técnica usada pelo norte americano Walter Jackson Freeman, altamente conhecida pelo termo lobotomia, a par de ramos mais ou menos coincidentes, como é o caso da neurologia e da psicocirugia, respectivamente. Em termos práticos sabemos que os resultados das Leucotomias, também vulgarmente conhecidas como Lobotomias, eram muito discutíveis e visíveis, retirando a qualidade de Vida aos leucotomizados, pois o resultado era uma baixa ou nula reactividade aos estímulos emocionais; na e em verdade esta prática era, uma técnicas e um acto bárbaro da psicocirugia que já mais é usado nos actuais dias que correm. Enfim tudo isto fez com que a conotação das alas psiquiátricas passasse a ser tudo menos um local agradável para se frequentar, no entanto continua a ser uma área de fascínio para as novas gerações dos formandos em medicina, dado que nos actuais dias ainda continua a ser a ciência dentro da medicina cujo o estado da arte ainda continua por desenvolver largamente; Somos seres evoluídos, mas com tanto por descobrir em nós próprios, faça-se a analogia:

O Homem já conseguiu ir ao Espaço, já conseguiu fazer tantos feitos e descobertas, mas ele próprio ainda não se conseguiu descobrir, como funciona e para que serve mais de 80% do seu próprio órgão de controlo, ao qual vulgarmente chamamos de Cérebro !

Mas será assim tão má uma ala psiquiatrica nos dias de hoje ? Haverá alguma comparação com os tratamentos que se realizavam por exemplo à vinte anos a trás ?

Hoje, os tratamentos em nada se assemelham às técnicas utilizadas nas décadas de 20’s ou 30’s ou até mesmo nas décadas de 80’s ou 90’s; hoje existem uma diversa e quantidade de tratamentos relacionados com esta área da medicina, no entanto surgiram novos confrontos entre duas ciências que em tudo se encontram dispares e extremosas, nos últimos anos verificamos um maior confronto medicina versus psicologia, a par de sempre terem mostrado a sua rivalidade, hoje cada vez mais verificamos que andam a par uma com a outra, mas claro a radicalização do passado fez com que estas duas grande áreas de afastassem por longos e diversos anos e décadas, no fundo a Sociedade já mais algum dia será unanime relativamente às “doenças” do foro mental, colo entre aspas doenças porque alguns crêem em por vezes certas e determinadas anomalias não deveriam ser consideradas como tais, mas já mais, e como digo, haverá um consenso relativamente a esta área da arte tanto da psicologia como da medicina ou da psicanálise.

Hoje aprendemos alguma coisa com os Loucos da Sociedade ?

A resposta para mim é simples, directa e concisa, e eu afirmo que “SIM” a sociedade aprende muito com os loucos desta sociedade. No entanto o significado de “Louco” não quer dizer que as pessoas sejam pacientes com enfermidades mentais, a loucura pode ser positiva. Hoje vivemos cada vez mais numa fase onde quem não segue à risca o estipulado é por sinal considerado louco, um louco que se atreve a desbravar caminho, onde outrora já alguns desbravaram, hoje digamos que quem o faz, fá-lo apenas tirando as silvas dos caminhos já abertos pelos antepassados, Hoje são raros diria únicos aqueles que sendo loucos se atrevem a desbravar caminho pelos caminhos ocultos da sociedade, aqueles que levam o ponto descoberta e descobrimentos ao ponto in extremis.

Mas no meio disto tudo, a sociedade não se deveria orgulhar daqueles que desbravam caminho? A resposta leva a várias posições, a politicamente correctas que afirma “sim temos orgulho naquilo que o fulano ou sicrano fez e com esta nova descoberta blá blá blá”, no entanto a realidade é o completo contrário daquilo que as pessoas afirmam pela boca, Hoje a sociedade tem um prazer em cortar as pernas aos que sonham voar mais alto, porque voar mais alto para além de ser perigoso colocará em perigo as próprias posições sociais estagnadas, hoje ninguém contesta a autoridade do dinheiro, mas será o dinheiro que comanda todas as acções e frentes de caminho que as pessoas levam, será o dinheiro que comanda os loucos? Espera, o dinheiro a comandar os loucos? Entendi bem? Calma ! Esta é uma pergunta para rir, não, não os loucos são isso mesmo porque não deixam que o dinheiro controle as suas vidas, porque consideram que não será o dinheiro a comandar os seus destino, no entanto hoje ninguém vive sem ele, claro que ninguém vive sem ele, mas uma coisa é viver sem ele outra é deixar que os Loucos sonhem naquilo que querem fazer com as migalhas da industria do dinheiro, uns viveram sempre com migalhas outros tentaram sempre viver com tudo aquilo que lhes é atribuído por direito, dizem, outros com o pouco que têm farão com que seja muito. Importa, nunca esquecer as origens, e os loucos que nos acompanham nas mais diversas fases das Vidas que correm em paralelo, na perpendicular, na transversal etc etc etc.

Tudo começa com um de vários loucos que decide fugir, depois o louco contagia o outro louco e no fim da história, já vários são os loucos, mas claro como nem todos podem ser loucos, aquilo que começa como loucura terminará na monotonia, ups parece que isto é uma parte da Lei da Vida, e é quando chega a este ponto eu precisamos outra vez de rever as alas psiquiátricas que por tal altura estarão novamente meio vazia, meio cheias. Cicero afirmava:

“Nas alegrias e vitórias verás as quantidades, nas desgraças as suas qualidades …”

Será que deves ficar refém de um passado, quando o futuro pode ser mais sorridente que esse mesmo passado. Atreve-te a ser um louco da e nesta sociedade.

 

* Notas – Entenda que poderão haver erros de base cientifica no presente artigo, e por esse mesmo faz-se a exclusão de qualquer responsabilidade sobre as matérias relacionadas tanto com a área cientifica da Medicina, como o actual estado da arte das mais diversas áreas relacionadas com esta como é o caso da Psicocirugia e da Psiquiatria. Para efeitos de melhoria de qualidade deste artigo e caso, entenda ou seja especialista na área, e pretenda dar o seu contributo a esta publicação poderá sempre enviar um e-mail com as referidas incorrecções para o endereço palavras@words.vasnfer.com com o assunto: “A Loucura e a Vida e a Aprendizagem”. E desde já grato pela compreensão e atenção despendida a este assunto.