Hoje vou contar a história de um novo herói, um que passou e cruzou mais do que uma vez pela minha Vida, e como é um herói é imortal, porque a imortalidade de um Homem é a vivência das memórias desses belos ou cinzentos na recordações da mente do Homem; a definição de herói não quer dizer que tenha que a pessoa tenha que ser reconhecida por uma nação inteira, talvez porque isso já não exista nem certamente o voltará, Hoje as pessoas são heróis da sociedade à semana, é tipo uma coisa part-time, só que não se controla, enfim são os novos tempos.
Mas a final se é de um herói que versei as primeiras linhas, porquê é que intitulei esta minha memória de “O idealista com um futuro promissor …“, simples a resposta, porque o facto de se ser um herói, não quer dizer que, estes mesmos heróis não possam ter um futuro promissor e ao mesmo tempo serem idealistas, ou há? Bem, mas estes texto trata um herói que se calhar não teve a oportunidade para cumprir tudo aquilo que queria e, quer fazer naquela que, é a sua Vida.
Quando se cruzou pela primeira vez na minha linha temporal, este herói estava em trabalho, sim porque dizem que os heróis também trabalham, modernices dos tempos, com a sua pistola em punho disparava quase a tudo o que via, mas com precisão e com uma beleza que, não era só, o engenho que fazia o trabalho, mas também, a arte que ele aprumava a cada diz que passava; um ferrenho adepto de negrosidade nos disparos que fazia, mas não era que aquela negrosidade tinha um equilíbrio de cinzentos perfeita, ou quase perfeita, a beleza daqueles fotogramas era deveras espantosa e apenas simplesmente apreciável. Certamente que todos esses disparos que matam o tempo, congelando-o dentro de um pequeno pedaço de filme ou de papel, perdurarão por muito mais tempo do que a linha do tempo que este herói terá pela frente, mas este é o belo lado de se andar armado com um engenho que é capaz de fazer com que o tempo pare e dure, infelizmente não dá, nem há como fazer, parar o tempo da Vida que é humana ou não (porque os juristas dizem que há outros tipos de Vida). Naqueles primeiros tempos, falava-se apenas de fotogramas e de trabalho que se tinha feito ,de alguns projectos que estavam pensados para serem feitos naquele futuro imediato ou mediato ou futuro, lá pelo meio falava-se da sociedade e dos rostos captados pelas objectivas, tudo isto entre as edições e as competições de ver que fazia a melhor chapa.
Tempos depois, começou-se a falar dos promissores tempos que advinham por aquelas bandas do centro desta nação há beira mar plantada, fez-se planos de um promissor mini “golpe de Estado” (não contra a pátria ou os seus órgãos soberanos, mas sim a um pequeno grupo de indevidos que geriam uma coisa (mas hoje esta história faz sentido que continue no “segredo dos deuses” que talvez estejam loucos)), fizeram-se tantas asneiras saudáveis sem prejudicar ninguém, foram tantas as dezenas de centenas de horas de conversa nos mais variados sítios, foi nos cafés daquela amarga cidade ou alguns naquela cidade que têm uma Avenida que se diz dos Aliados e uma bonita vista p’rá foz de um tal rio chamado Douro, mas houve também lugar a tantas horas de conversa à mesa com o pão e o vinho sobre a mesa (este último não podia faltar, mas tinha que preencher umas certas especificidades, tinha que ser tinto, alentejano ou duriense, um bom grau e de preferência DOC ou touriga nacional), os temas esses variavam muito, diga-se de passagem que era o que vinha à cabeça naqueles momentos, mas uma coisa posso afirmar, por incrível que pareça nunca discutimos futebol, de resto falou-se de tudo … Certamente nada ficou por dizer entre nós.
Mas e para terminar esta pequena nota de memória, pois as palavras estão custosas de sair desde à muito, e hoje saem quase como que por auto-obrigação, ambos gostávamos de fotografar labaredas, tipo uma coisa pirómana mas, sem tendências para os atear, apenas fotografa-los, e há um dia que depois de uma partidinha de bilhar, coisa que foi frequente durante algum tempos, escusado será dizer que raras foram as vezes que consegui ganhar, mas isso pouco interessava, o que tinha interesse mesmo era o convívio que tinha-mos durante esse tempo em que estava-mos entretidos, do lado de cá da cidade vi-mos uma espécie de clarão anormal e um pouco mais abaixo, uma série de carros das corporações dos bombeiros, que distinguimos dos outros, por serem grandes e terem pirilampo azuis, maquinas fotográficas no carro, como muitas vezes lá andavam, foi o tempo de chegar ao carro ligar a ignição e dar um saltinho ao outro lado do monte. Cerca de cinco minutos depois estávamos lá mesmo no local, estrada cortada pela Policia de Segurança Pública, que de resto estava a cumprir o seu brio trabalho, no entanto o impasse resolveu-se de imediato por o carro estar acreditado como viatura de serviço à imprensa, chegados ao local, o fogo já estava em rescaldo, foi uma palhota de feno que tinha ateado fogo com um curto circuito, desiludidos daquela vez, mal sabíamos nós que, esse Verão iria ser quente e com muito para arder na zona, no entanto nunca chega-mos a ir aos fogos por questões de segurança de ambos.
São estas histórias que dão sentido à Vida, pequenos momentos em que o tempo é promissor, mas que passam a voar, contudo as suas memórias durarão uma eternidade.
Meu estimado e caro Amigo Afonso é com a profunda mágoa que te digo um até sempre ou um até já, no entanto a memória dos grandes homens permanecerá eterna na história daqueles que contigo conviveram.
Que a tua alma descanse em paz meu rapaz …
Actualização: O presente texto foi alvo de correcção ortográficas às 19:23 UTC do dia 30 de Março. Lamentamos todos os transtornos causados.