Dizem as altas vozes aos sete ventos que foram sete as primaveras que passaram e que nesse conjunto foram sete os carnavais que passaram no mítico Carnaval de Torres, esse lugar idealístico que faz mover uma cidade inteira para a festa, onde se preservam os amplos espaços que se tornam claustrofóbicos de tanta pressão social em redor, as famosas enchentes da Praça da Batata, da Rua das tias e das outras tantas ruelas que vão dar ao “manadinhas” ou ao “bar do Gil”. Enfim já lá vão sete carnavais em trabalho de bastidores, com outros mais em desfiles, mas não interessa se aquilo que se faz, faz parte dos bastidores do Carnaval ou se são as peças principais do Carnaval, o que interessa é sem dúvida o espírito daquela vivência que se têm naqueles dias e nos subsequentes até ao próximo. Neste vinculo de sete anos são muitos os milhares de momentos que congelei no tempo, são essas mesmas milhares de chapas que conservo na minha colecção privada, onde apenas uma fracção delas são de carácter público e algumas delas já foram difundidas pelos meios de comunicação social da zona, é este vinculo que nos vamos moldando junto daquela região da sociedade naquela especifica fracção temporal que condiz com a época Carnavalesca, foi também durante este tempo que surgiu a alcunha carnavalesca que trato com algum carinho por ter sido atribuída por quem foi. Mas ao longo destes anos fui acolhido dentro dum celebre grupo carnavalesco e no meio dessas sete primaveras, por motivos de razões profissionais e pessoais, apenas estive ausente dois carnavais, mas numa perspectiva ausente, sempre estive presente, quanto mais não fosse por deixar um “electrocardiograma” na sede da fidalguia, enfim são muitos os momentos que existem para recordar e que perdurarão no tempo, por certamente muitos mais anos do que aqueles que resistirão as nossas linhas do tempo.
No seu décimo mandato a Rainha do Carnaval despediu-se e demitiu-se das suas funções de fada do lar, diziam que era competente a rapariga, só tinha um defeito, dizem as vozes do povo que bebia muito, mas amnistie-se a “P&#@ da Rainha” coitada era todos os anos “Proibido Apalpar o Cu à Rainha” mas a folia dos foliões era tanta com tanta beleza que não resistiam à tentação e com o rei pouco se importou muito, já mais algum folião parará nos calabouços do palácio real, pois dizem que a cúria régias tem muitos afazeres com a complexa realização protocolar, com tantos afazeres estes altezas pouco tempo têm mas é para dormir, ¿mas que é que tem nesta altura? Enfim mas como ela/ele se despede das funções reais, há que recordar a boa e grande competência de como desempenhou o seu papel durante todos estes anos, acima de tudo a cumplicidade e a humildade que demonstras-te ao longo de todo o reinado.
Existem dois pormenores que quero expressar publicamente aqui neste espaço, o primeiro expressar-te, Pedro Adam, o agradecimento por todos estes anos de convívio e por tantos bons momentos passados nos mais diversos carnavais que passaram e pelos muitos que certamente passarão de hoje em diante, foram dez anos de reinado onde estive presente em sete e todos esses momentos não se esquecem. O segundo pormenor que aqui quero deixar é o agradecimento colectivo no seu todo e em particular a cada um dos seus membros por tão bem terem acolhido no seu ceio, com guarda e estima a todos vós vos transmito os mais sinceros agradecimentos por todos estes anos, e já agora aproveito para pedir desculpa de algum acto negativo que tenha cometido e que não me tenha apercebido.
E para terminar este texto quero afirmar que se fiz e recolhi as dezenas de milhares de fotografias que tenho sobre o Carnaval de Torres foi porque sempre ofereci o meu trabalho ás mais diversas entidades ligadas ao Carnaval de Torres nos últimos anos, sem nunca ter cobrado um cobre em troca, faço-o porque sou um folião de Torres e porque mesmo não parecendo sou uma pessoa que gosto e quero que esta festa se tenha e se mantenha viva por muitas mais gerações; no entanto e apenas para fazer jus ao meu estrito código pessoal ético e de conduta, devo acrescentar que em nome da boa verdade, devo afirmar que ao longo destes sete anos a fotografar o Carnaval nunca recebi qualquer carta ou agradecimento público pelo serviço prestado a este evento que diz popular, mas que já há muito que perdera a sua matriz original, neste sentido não reconheço qualquer sentido de obrigação de prestar quaisquer contas ou explicações sobre o meu material fotográfico.
Um agradecimento bastava …