Desbravar linhas, numa das mais antigas casas, da menina dos meus olhos, tem sem dúvida uma responsabilidade acrescida, sabendo que nestas mesmas mesas já foram rascunhadas ou até mesmo finalizadas algumas das grandes Obras literárias que este país viu nascer pela cabeça dos seus grandes mestres; mas mais que essa responsabilidade que o espaço em si imputa, imputa-me o meu próprio douto e a minha arte de fazer aquilo que aqui faço, como sempre fiz até hoje, escrever da maneira como sempre o fiz, escreve sempre no estado da arte daquilo que são os meus sentimentos, escrever pela minha cabeça livre da fruição que os terceiros possam exercer sobre mim, porque para mim a escrita não só é uma Arte, como deveras será uma peça única da personalidade de cada um. Tenho que confessar, que ando semi-apagado deste blog não por querer mas sim, pelos mais diversos motivos e razões da Vida, os últimos tempos, os rascunhos esses não têm parado de surgir, o grande dilema está no eterno problema de o tempo não esticar para lá das vinte e quatro horas, que o dia tem, para os reler e aprimorar e dar-lhes a Vida que se calhar merecem na esfera pública. Confesso que, são diversos os textos que estão aqui em modo de rascunho, a serem cozinhados em lume brando para não chamuscar, quase quase prontinhos a serem publicados, mas infelizmente o tempo, esse não chega a todos os lados ao mesmo tempo, como se calhar deveria chegar, mas há que definir algumas prioridades e, por mais que eu queira, nunca poderei por este blog à frente de tantas outras prioridades que detenho.
“… nunca é tarde para se seguir em frente e pensar sempre de forma positiva …
Pois bem, mas hoje, o que me leva a vir aqui deambular é novamente a temática dos sentimentos, que sentimos pelos outros, por aqueles que nos rodeiam, ou até mesmo por nós próprios; tal como defini no título deste pequeno texto, talvez tudo na Vida se resuma, ou melhor falando, todas as histórias se resumam a um início de frase tão característico como um “Um dia …” , este é um princípio de frase que tanto serve para o que se passou, como para o que há de vir a acontecer num futuro próximo ou longínquo, a diferenciação entre os Pretéritos e os Futuro, é que lá atrás nós já sabemos de antemão aquilo que aconteceu e o que se sucedeu, enquanto que quando começamos um frase lá para a frente, aí, tudo está em aberto, tudo está por desbravar e, no princípio, no meio e no fim, tudo é uma incógnita, até mesmo, aquilo que tomávamos se calhar como certo, e depois, a Vida essa acaba por nos pregar certas partidas, e aí tudo sai ao contrário daquilo de tudo aquilo que tínhamos planeado e idealizado; mas em todas as situações do presente e do futuro há que deter sempre uma coisa presente nas nossas cabeças, por mais que a Vida passe, de forma lenta ou em passo de corrida, nunca é tarde para se seguir em frente e pensar sempre de forma positiva.
“… todas as pessoas que entraram na minha Vida de um modo ou de outro, deixaram uma parte de si,(…), mas também, quando abandonaram levaram uma parte de mim com elas …”
Eu costumo, por diversas vezes afirmar, com certezas absolutas, que é nas piores alturas das nossas Vidas, que vemos quem é que salta para dentro da nossa Nau e nos ajuda a compor a quilha ou nos ajuda a tapar os furos da carlinga quando a água começa a entrar abruptamente pelo casco a dentro, é nestas alturas que conseguimos nos aperceber e observamos o quão forte somos, o quão valentes e audazes somos para ultrapassar tudo o resto que possa advir deste rombo; mas para que isto aconteça, hoje, também confesso que é necessário lançar a escada para quem quiser entrar e ajudar, porque nem sempre é fácil querer ajudar e não ter por onde subir. Hoje, e olhando para trás, vejo que tive e tenho, as melhores pessoas ao meu lado, os que realmente, me fizeram, fazem e farão bem e colocar um sorriso neste rosto, sem pedir nada em troca, continuam simplesmente cá, passando o tempo que passar ou, à distância que efectivamente nos separa, mas sei que na data e no momento do re-encontro tudo continuará na mesma, e saberei de antemão que aqueles abraços valerão mais que uma simples grama de Ródio, porque já mais serão mensuráveis e quantificáveis, porque apenas e só quem os experiência poderá saber comentá-los. Resta-me só mais umas palavrinhas ainda deste tema, quanto às outras dezenas ou centenas de pessoas que fui conhecendo ao longo da Vida, e que por iniciativa própria foram desaparecendo, tenho uma palavra de agradecimento, Obrigado pelo favor que me fizeram em desaparecer tenho também só a acrescentar que todas as pessoas que entraram na minha Vida de um modo ou de outro, deixaram uma parte de si, nem que seja uma impressão, mas também, quando abandonaram levaram uma parte de mim com elas.
Depois de todas as sequelas do passado, das boas marcas e das más, todas deixaram os seus rastos e os seus traços, mas o mais importante, é que Hoje essas marcas, fizeram de mim o Homem que sou, a pessoa que se dá conhecer às pessoas é a única pessoa que existe, já não tenho paciência para ter duplas, triplas, etc personalidade diferentes, cada uma para cada situação da Vida, por isso prefiro ser verdadeiro e leal com a minha personalidade. Na Vida existem por vezes, muitas vezes, em que interroga-mo-nos do porquê de nos acontecer isto, ou aquilo, do porquê de ser naquela fase se calhar tão boa da nossa Vida, ou naquela fase em que estamos prestes a algo mais; mas o problema é que quando começam a surgir todas estas interrogações na nossa cabeça, parece que estamos meio que bloqueados, e por mais que queiramos não conseguimos olhar em frente; viajar com a mente por exemplo quatro meses para diante, idealizar algo, e pensar algo, e depois recuar e ver que se calhar talvez haja alí qualquer coisa, naquele momento em particular. Quando estamos de cabisbaixo é nos complicado, muita coisa, porque passamos, muitas das vezes, dependentes de perguntas, para as quais não existem respostas de imediata afirmação e oratória ou sabedoria; mas e se pensarmos em como tudo correrá bem, em como tudo terá um final feliz, como nos contos de fadas ou nas fábulas de Jean de La Fontaine; hoje cada vez mais vivemos numa sociedade do salve-se quem poder, onde os botes já não chegam para salvar todas as Vidas; mas questione-mo-nos um só homem mudará o Mundo? Não, mas um só Homem, poderá conseguir converter uma lágrima num sorriso; Não, mas um só Homem poderá conseguir converter que um simples homem mergulhado nas profundezas da escuridão emerja para a claridade das ideias através de um simples gesto, sendo o seu Nume. São estes gestos tão pequeninos que, a pouco e pouco vão mudando uma inteira sociedade, o problema é que estes Homens infelizmente continuam a ser raros, continuam a ser poucos, continuam a ser descontinuados, tal como a palavra “altruísmo”, ou a perda da verdadeira essência do sentimento agregado ás palavras “amor” e “paixão” ou “amizade”.
Quando estamos lá em baixo, e poucos ou muitos se dão conta, que tudo na Vida parece estar a ruir, o Tempo, esse Velho do Restelo, com o qual nunca nos damos bem, nesta fase teima sempre em passar sempre muito devagarinho, tão lentamente, que os segundos parecem minutos, os minutos parecem horas, e as horas autênticos infernos, e quando aguardamos ansiosamente por algo, por uma carta ou por um telefonema, ou por uma simples mensagem, ai então as coisas ainda mais pioram, porque a este perfeito cocktail ainda lhe estamos a adicionar o factor ansiedade, e aqui é que as coisas complicam apenas e só mais um pouco, mas nada de mais. Devo dizer que com este último factor, o tempo parece demorar mais a passar o que torna os dias infernais, e em pesadelos se, para mais os passamos sozinhos, sentados no sofá, mas a Esperança essa está onde menos se espera, e toca a arrebitar porque na Vida, tudo tem os seus contras, mas também tudo tem os seus prós, e vendo bem as coisas, os pequeninos momentos, conseguem superar tudo e todas as adversidades que temos ao longo da Vida.
Na Vida o que mais me importa é que aqueles que me importam não percam os seus genuínos e belos sorrisos, custe o que custar, porque se algum dia o perderem, farão com que eu próprio perca o meu próprio sorriso também.
Não me interessa o tempo que demorarás a recuperar, interessa-me sim que estejam cá a sorrir.
Javier Iriondo no seu livro “Donde tus sueños te lleven” na parte dos agradecimentos escreve o seguinte “Hay histórias que pueden cambiar una vida, y este libro no existiría si no hubiese sido por algunas de esas historias, por un sinfín de circunstancias y dificuldades. …” na dedicatória que o livro tem logo na primeira página há uma frase que me faz pensar no quanto por vezes marquei as pessoas nos locais por onde passei e uma das frases da dedicatória é “… Qué sepas que se echa de menos sobretodo yo en la residencia …”, e este texto acaba por ter uma dupla dedicatória para duas pessoas as quais saberão imediatamente quem são, porque na Vida nem sempre é preciso nomear e identificar para que as pessoas percebam quem são. A vós muita força e tudo isto vai passar num instantinho porque, têm um tonto aqui a escrever tonteirisses.