A solidão pode ser uma dualidade de partes, há quem a considere uma coisa maléfica, por outro lado, por antagonismo, outros existem que a consideram como uma coisa benéfica, raros são aqueles que a consideram um limbo, ora gira no bem, ora gira no mal; tudo dependerá do estado de espírito matinal, restará apenas acrescentar que eu talvez pertença ao último grupo; tal como o fora até hoje, dos últimos em muita coisa.
Nem sempre tudo o que provém de vir em último é mau; já antigo é o dito popular que diz que os
“Últimos são os primeiros”
, no actual modelo da sociedade é antagónico dizer tal coisa, mas nem sempre é assim. Na minha curta linha da Vida, mas com alguma experiência, sei definir que nem sempre o é assim, a visão antagónica da sociedade de Hoje. Ora vejamos então vários exemplos que posso dar:
…toda esta gente que sai dos padrões da sociedade moderna é marginalizada…
Primeira ideia com que podemos ficar é que no strictus sensus do mundo de hoje, tendemos a colocar de parte todos aqueles que acabam de uma maneira ou de outra ser diferentes do comum da sociedade; ou porque usa óculos (bem talvez não seja o melhor exemplo hoje em 2017, mas era um bom exemplo na década de 90), ou porque é mais inteligente numa qualquer variação, ou porque é simplesmente uma pessoa singular e diferente de tudo o resto; toda esta gente que sai dos padrões da sociedade moderna é marginalizada, e claro hoje como temos nomes para tudo e para mais alguma coisa, Hoje as crianças e jovens sofrem do chamado “bulling”, e ficam traumatizados por tais factos, há uns anos atrás era só considerado normal, ou então era um problema de integração, onde os elos mais fracos tinham que se subjugar aos elos mais fortes. Onde a verdade dos factos não contava, mas sim onde só se olhava ao que diziam as massas. Felizmente a sociedade evoluiu, mas para pior, porque hoje continuamos a proteger as falsas vítimas e os agressores, contam com essa protecção para as falsas vítimas; tal como já o disse muitas vezes, muita das vezes aqueles que se subjugaram a ser vítima durante temporadas intermináveis, acabam por ser constituídas como arguidos, nos processos mais sumários, porque nunca gozaram da protecção que lhes devia ser concebida, porque o medo e o pânico muita das vezes é tanto, que é preferível sofrer em silêncio que, tantas das vezes acaba em tragédias maiores, mas chegado aqui é tarde demais para se pensar em algo a rectificar, chegado a este ponto nunca há culpados.
…Felizmente a sociedade evoluiu, mas para pior, porque hoje continuamos a proteger as falsas vítimas e os agressores…
O problema não é o sofrer na solidão ou aguentar com tudo isto durante anos, são os traumas que ficam e que mais tarde tem que ser curados, na época em que eles começam a surgir nunca os conseguimos relacionar com a infância ou com adolescência, pensasse que esses traumas advém de outros sítios, no entanto eles revelam-se anos mais tarde. E depois dá trabalho, muito trabalho a curar e a sarar todas estas feridas. Porque quando se sofreu destes problemas, mais tarde surgem os medos, as inseguranças, os receios, e tudo o que deste género é possível de aparecer; e, é lá, no futuro que tudo isto se revela, o problema de talvez muitas das vezes, a solidão ser o melhor porto de abrigo por se estar habituado a ela, mas, por vezes, este mesmo porto pode ser um mar de tormentas e interrogações, que muitas da vezes são oceanos de perguntas sem que para as quais haja uma resposta válida e concisa.
… essa equipa ou turma, fica em penúltimo lugar, imaginem de quem foi a culpa? …
Outra ideia de que os últimos acabam por ser os primeiros, é a de que muitas das vezes, nas últimas escolhas estão os melhores pensamentos e as melhores estratégias, mas que acabam por ser abafadas por aqueles que são mais populares entre os pares. Ora façamos um novo exercício, quantas vezes nos nossos tempos de infância e juventude, principalmente durante a nossa instrução escolar, quantas foram as vezes que fomos os últimos a ser escolhidos para participar na equipa A ou B, nos jogos colectivos, quando os professores escolhem dois alunos e dizem para eles fazerem as equipas ou os grupos? Parece um exercício simples, mas pode ser tão complexo e com consequências no longo prazo que todos queremos e preferimos fechar os olhos a elas, pois bem imaginem que durante quase todo o período dessa mesma instrução foram sempre ou quase sempre os últimos a serem escolhidos. Como seria o sentimento que sentiriam? Outro exemplo, numa única situação em toda a instrução, foram a pessoa escolhida para participar num jogo de toda a escola, onde todas as turmas competiam entre si, e numa turma de 25 são escolhidos as três melhores pessoas da turma, um critério interno, não sendo do regulamento do concurso, e o professor escolhe todos dentro desse critério, mas por excepção autoriza esse tal aluno a participar, porque sabia que não sendo um dos três melhores alunos, era talvez o aluno mais bem preparado para o tal jogo da escola; chegado o dia da tal competição, essa pessoa ter participado ou não foi indiferente, porque todas as respostas que deu ninguém lhe ligou nenhuma e puseram sempre a respostas, daquele que era o melhor aluno; findo o jogo e publicados os resultados, essa equipa ou turma, fica em penúltimo lugar, imaginem de quem foi a culpa? O exercício é simples de chegar há resposta. E muitos mais exemplos se podem dar.
Enfim, poderia dar e escrever aqui centenas senão, mesmo milhares de exemplos, mas já dei os quanto baste. De de tudo isto a solidão pode se esse tal porto de abrigo que falei, porque em consciência sana, não se dá lugar a que sejam abertas portas a novas interrogações sem rasto e resposta. Aqui nesta fase, é quase como se vivêssemos numa redoma de vidro, onde é passível o contacto com as pessoas e a convivência com algumas pessoas que nos vão fazendo bem e mostrando algo do que é o mundo lá fora, aquele mundo que não queremos viver, mas onde o modelo societário nos força a viver e conviver nele.
Por outro lado a solidão pode ser esse porto de abrigo feito num mar de tormentas, porque quando se está sozinho temos tendência a perguntar varia vezes a nós próprios o porquê de tal nos estar a acontecer, o porquê de não nos conseguirmos relacionar muitas das vezes com os outros, que por vezes são os nossos pares, que nos podem fazer felizes e deixarmos essa tal de solidão, mas as perguntas são tantas que, ou esquecemos a solidão e saímos da redoma, o que grande parte das pessoas julga ser fácil mas não o é garantidamente; ou uns anos mais tarde iremos pagar cara a factura que agora nos é emitida em nosso nome.
E para concluir resta-me apenas deixar duas ideias, a primeira delas que nunca é tarde para perdoarmos e pedirmos perdão por tudo aquilo que nos fizeram e fizemos no passado, porque o perdão esse não têm tempo nem hora nem lugar marcado, basta apenas que perdoemos e saibamos perdoar aquilo que nos fizeram; porque não basta dizer na missa que perdoamos os outros, só porque que sim, os actos valerão muito mais que as meras palavras. E a outra ideia é a de que todos os actos terão as suas consequências agora no imediato ou lá no futuro, nunca sabemos quando é que as consequência irão aparecer, certo é que elas irão aparecer; e depois é necessária muita força para se ultrapassar certos obstáculos.
Qual a solidão que preferias?
E tu já pensaste que todo acto tem a sua consequência, agora ou lá há frente? Quantas vezes já perdoaste ou pediste genuinamente perdão?
E quantas vezes aceitaste esse mesmo pedido de desculpas esquecendo tudo aquilo que te fizeram?
A melhor maneira de aceitares o perdão é olhares há genuinidade e ao amor que está por detrás de cada palavra.
Neste tema sensível contamos a sua gentil opinião.
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