Este texto é apenas um mémoire (Sub. Masc.) sobre a Liberdade, ou melhor escrevendo sobre os arquétipos que importam a esta definição, que é mais idílica do que posta em prática. Este é apenas e só mais um texto cheio de considerações e de visões pessoais que se encontram ao meu redor.
A primeira pergunta que importa fazer Hoje é “Somos um país Livre e Democrático?”
Se me fizessem esta pergunta no meio da rua, ou num qualquer outro local, a resposta seria: NÃO! Não vivo num país livre e democrático! Vivo num país republicano, onde todos nos toleramos uns aos outros, onde a classe que manda só se recorda dos súbditos em ciclos de 3 anos com um de intercalamento, depois volta tudo ao mesmo 3+1, 3+1, 3+1, numa repetição cíclica infinita, até um dia.
Para sermos um país livre, teríamos TODOS que respeitar as opiniões de cada um e dos outros, tentando sempre os pontos da concórdia para que conseguíssemos levar esta Nação a um bom porto, para que podássemos ser um país em condições. Complicada esta visão dirão alguns; mas não o é. Não podemos negar que vivemos em Liberdade, contudo também não podemos negar que vivemos em constante censura social, numa constante censura de outro, numa constante censura própria para não sermos mal vistos pela sociedade, por quem está ao redor; vivemos ainda outros métodos de censura que nem damos conta que ela existe. Poderá isto ser um script de um filme policial, poder podia, mas o problema é que é a realidade que vivemos quando saímos à rua, ou até mesmo quando sem sair deambulamos na Internet. Quantos exemplos poderia-mos nós dar sobre este assunto? Tantos quantos aqueles que existem na sociedade. Saiamos à rua, vamos a uma qualquer repartição de um qualquer serviço público, contemos o número de pessoas que são mal atendidas pelo pessoal que está do outro lado do balcão de atendimento e, em comparação, vejamos o número de reclamações que existem nos canais oficias relativamente aquele atendimento; escassas, são escassas as vezes que encontramos reclamações contra elementos dos órgão oficiais do Estado; mas porquê que existem tão poucas reclamações se vivemos num país Livre como por vezes fazem questão de nos berrar aos ouvidos? A resposta pode não parecer óbiva, mas é simples, porque as pessoas têm medo das represálias que possam vir a ter, as agem em função do medo que existe encoberto na sociedade, e quando alguém, como se diz na gíria popular, “mija fora do penico” acaba por mais tarde ou mais cedo receber uma represália por algum dos lados. Ou seja, nunca reclamamos porque na “Liberdade” que existe neste país a consequência de queremos ser e ter coisas melhores, o resultado é aumentar a quantidade de chatices que temos em cima.
A final onde anda a Liberdade?
Vejamos agora a democracia, a magna Lei do país defina a República Portuguesa passo a citar
“Portugal é uma República soberana, baseada na dignidade da pessoa humana e na vontade popular e empenhada na construção de uma sociedade livre, justa e solidária.“
e logo no artigo seguinte define aquilo que é a democracia
“A República Portuguesa é um Estado de direito democrático, baseado na soberania popular, no pluralismo de expressão e organização política democráticas, no respeito e na garantia de efetivação dos direitos e liberdades fundamentais e na separação e interdependência de poderes, visando a realização da democracia económica, social e cultural e o aprofundamento da democracia participativa.“
agora questiono eu: Seremos mesmo uma democracia, ou uma coisa qualquer encapotada? opto por responder com a segunda parte da pergunta. Para afirmarmos que somos uma democracia, teríamos em teoria que estar subjugados ao que é decidido pela maioria daqueles que compõe a soberania popular, e o problema está aqui mesmo, nestas duas palavras “soberania popular”. Mas afinal os diversos poderes executivos que existem neste país lideram ou mandam? Outro problema da democracia! Mais uma vez estamos na segunda parte da pergunta, actualmente quem está nos órgãos executivos, não lidera nem trabalha em prol de algo que afecte o superior interesse nacional, este é o maior problema que a democracia Portuguesa enfrenta. Podemos até dar o exemplo da nossa rua, um qualquer chefe de secção de um determinado departamento sob a vereação de uma qualquer pessoa eleita para uma determinada Câmara Municipal (para efeitos jurídicos este é um mero exercício de expressão não reflectindo nenhuma acção reacção real), pode mandar limitar ou criar lugares de estacionamento automóvel, com ou sem restrições; desde quando é que nos perguntam ou metem em discussão pública ao residentes nessa determinada rua de uma qualquer cidade/vila/aldeia ? Nunca meus caros! A democracia aqui está onde? Claro toda e qualquer pessoa no âmbito da Lei em vigor pode interpor um requerimento ao responsável máximo do executivo, e se passados noventa dias não houve resposta, aplicar-se-á uma aceitação tácita daquilo que foi requerido, mas isso são palavras, mera palavras porque ninguém nos livra de recebermos uma resposta tipo “… venho agradecer a chamada de atenção para as situações apresentadas por V. Exa …” , parece-me que o cumprimento da Lei é só para alguns e não para todos; Democracia onde?
Vivemos recheado e rodeados de pequenos ditadores, de pequenos censores a cada esquina, a cada mirada no alcance da vista; liberdade e democracia onde andam passados 44 anos? Dever-nos-iamos interrogar mais vezes se vale mesmo a pena estar num país assim, não devíamos?
Tanto haveria para dizer sobre a Liberdade e sobre a Democracia, mas para quê escrever, para quê falar, vivemos num país do conto de fadas em cada telejornal, em cada folha de jornal e em cada onde sonora da rádio, mas aos nossos olhos cada vez vemos mais coisas negativas, cada vez vivemos mais no limiar do vermelho, e já nem falo em ser independente na casa dos 20s porque isso em Portugal é mito; olhemos ao nosso redor e pensemos naquilo que queremos para o nosso País.