Um dia, um dia será diferente …

“Um dia; Talvez um dia …”

Quem verdadeiramente me conhece, sabe que esta singela frase faz parte do meu quotidiano em certos sectores da Vida; mas não será a ilusão da Vida terrena a ilusão das prisões que sentimos e que não nos abraçam a partes mais longínquas no nosso caminho pessoal e interior.

Passaram-se trinta e um milhões, quinhentos e trinta e um mil segundos desde a última vez, que neste preciso local, neste preciso dia escrevi um texto, e Hoje não seria diferente de o fazer, mas impõe-se a pergunta:

Estará tudo igual um ano depois ? 

A primeira resposta que posso dizer é um sim e um não; mas vamos por partes em toda esta história. Sim! Estou e continuo solteiro, sem ninguém ao meu lado com quem partilhar a Vida, bem não é inteiramente verdade esta frase porque, nos milhares de quilómetros que percorri na azafama do dia a dia, os meus pequenos “amantes” acompanham-me para todo o lado; pois são eles que em primeira instância conhecem os meus sentimentos, são eles os primeiros a saber se o meu rosto detém um genuíno sorriso, ou se por detrás de um sorriso está um rio de lágrimas aprisionadas e prestes a alcançar a cota limite das órbitas, ou se no meio das pequenas fúrias das fagulhas que se demonstram no dia a dia não está por detrás um vulcão na sua força máxima em erupção furtiva; mas uma coisa sim é certa, continuo a ser o mesmo Homem genuíno que sempre fui até Hoje, aquela pessoa que leva “porrada” por todos os lados e que no final diz basta e acaba por perdoar todos os agressores da Vida que, por aqui, passaram, não sou Santo e, já mais, quero ser mas, não posso negar que o divino me brindou com o dom incomum da santidade e do perdão, perdoando e esquecendo o trilho passado. Cada pessoa que passe ou se encruze na minha Vida sairá, por certo mais preenchido e enriquecido num qualquer aspecto, não o digo só por dizer, não o digo por presunção ou por ser narcísico, porque isso é coisa que não bafejo nem anseio bafejar, digo-o porque é a voz e o resultado das experiências e das histórias da Vida que nela passaram.

“Poderás entrar triste, mas ao saíres e demonstrares o teu sorriso, então neste instante encontraste a Paz e, nesse mesmo instante, far-me-ás um Homem Feliz !” as pessoas que me conhecem, sabem que nada peço em troca e que, já mais faço algo para ter algo no retorno; o que surgir, surgiu e poderá ser algo que termine ali, ou poderá ser algo que terminará para lá da passagem para aquilo que alguns chamam de Oriente Eterno, outros chamam de céu, de entre tantas outras denominações que lhe são aplicáveis. Contudo há só uma coisa, uma palavra que uso quando acho que o fim não é aquele momento que se está a vivênciar, uma palavra que simplesmente se implanta na minha mente, e que Hoje não tenho medo de usar, é um simples “Porquê ?“; porquê é que tudo acaba sem uma razão? Porquê simplesmente decidimos fugir talvez daquilo que nos faça felizes? Nada termina sem uma razão, somos Homens, temos, de entre outros, dois acessórios que vêm de origem em todos os nossos corpos, uma boca e dois ouvidos, eles foram-nos dados para que pudéssemos dizer as coisas boas mas também as coisas más, e para que possamos viver em sociedade e sermos a espécie racional que somos, se bem que muitas vezes não parece que assim seja. Por isso não tenho medo Hoje de usar o “Porquê“, porquê ter medo de a usar ?

Voltemos ao cerne da questão, está tudo igual um ano depois ?

Agora é a vez de responder na pendência da negativa, Não! E, porque é que as coisas não estão iguais como há um ano atrás? Pergunta esta tramada. A ratoeira que permite responder a um milhar de respostas, num oceano de milhões de perguntas. Iremos por partes, porque talvez haja algumas coisas a dizer.

Hoje, socialmente deveria ser um dia importante, mas ao contrário das correntes e dos normativos sociais, é o dia em que prefiro estar longe dos holofotes, por esta hora estarei na Serra longe do telemóvel e apenas e só numa comunhão comigo mesmo, reflectindo naquilo que fiz, na pessoa que sou, naquilo que tenho de melhorar e naquilo que posso fazer para ajudar os outros que estão ao meu lado; Hoje é o meu vigésimo sétimo aniversário, uma data única, porque apenas e só fazemos anos uma vez por ano, e vinte e sete só se fazem uma vez. Chegados aqui e depois de ter percorrido um caminho sinuoso, que aos olhos de todos fiz com que parecesse uma recta, muita coisa aprendi e muita coisa fui interiorizando. Ao nível académico talvez a maioria me considere um falhado, bem na realidade aos olhos da sociedade sou, alguém que se propõe a fazer umas quatros “cadeiras” e acaba por não fazer nenhuma é um falhado; noutro ponto de vista não me considero um falhado, porque alguém que defende aquilo que pensa numa academia universitária já mais poderá ser considerado como tal, mas não é a defesa das nossas convicções que conta, nem a justiça nelas associada, mas sim o decorrer daquilo que dizem os livros e manuais universitários, numa maioria cegos e com uma única visão da coisa, ou então fazer aquilo que mais de noventa por cento faz, que é literalmente “cabular” e “copiar” o que leva a uma mui artística e criativa arte do copianço; mas interroguemo-nos serão estas gentes bons profissionais de futuro? Um dia perceberão a resposta que ela tem!

Ao nível profissional não me considero um expert em nada, nem no todo, tivesse eu oportunidades para desenvolver certas coisas que nos meus fólios estão desenhadas e escritas e, talvez mais realizado me sentiria. Não digo que não me sinto realizado, mas este ano de aprendizagem algumas coisas mudaram e, com outros erros mudar-se-ão tantas outras que advirão no futuro de amanhã quando as férias terminarem. Mas não estamos aqui para falar do que profissionalmente me seduz, isto são outros quinhendos.

Que mudou ao nível pessoal este ano que passou, nada ou tudo houve que mudou?

Já mais nos podemos acercar dos extremos, nem nada mudou nem tudo mudou. A Vida que cada um leva apenas, e só, a si lhe importa, ou ao seu par quando há alguém mais na equação. No último ano houve alguém que me fez despertar para uma certa área que permanecia propositadamente adormecida por mim, por nunca ter coragem para nela entrar e porque nunca tinha aparecido a tal pessoa que despertasse e acendesse a “chama” a este nível. Sei que a pessoa não foi a tal, nem tão pouco lá esteve para a ser, mas a cegueira da paixão fez com que monopolizasse as conversas que tinha com as pessoas mais próximas, e quase fez com que as perdesse; foi um ensinamento. No fundo, no meio de toda esta história sinto-me traído por todas as falsas esperanças que fui colhendo ao longo do ano, não porque fosse deveras doido, mas porque sempre houveram sinais nesse sentido. Pela minha parte, já mais negarei a amizade que temos, porque mesmo sendo o outro numa história que, nunca teve um princípio e também, por consequência, nunca terá um fim, sei perdoar toda a mágoa, todo o sofrimento que apenas a solidão viu acontecer; foi nesta hora que me apercebi que os tais que sempre disseram para ter calma e abrandar, e eu sábio ignorei, foram estes que lá estiveram uma vez mais a amparar a queda. Mas há ainda outra coisa que tenho a dizer a esta pessoa, que por certo saberá quem é, Obrigado, obrigado por teres feito com que eu despertasse aquilo que não sentia, obrigado por me teres feito feliz naqueles dias em que tinha os “Bons Dias” de manhã, obrigado pelos sorrisos que obtive em certas alturas, não posso nem já mais negarei que me soubeste fazer feliz naqueles tempos; e obrigado por teres partilhado aqueles dois dias comigo, porque foram duas tardes/noites incríveis, já mais me peças desculpa porque, tal como eu te mostrei que haveriam certas coisas para lá do que Hoje é normal, tu mostraste-me algo que eu precisava de descobrir em mim e que há muito reprimia; tu foste o ponto de partida, tu foste alguém que foi e serás alguém que marcou a minha Vida pela positiva, porque para lá dos choros e mágoas devemos sempre olhar aos sorrisos e ás felicidades mesmo que elas sejam momentâneas, porque ver aquele teu sorriso na televisão no outro dia por um meio segundo fez com que soubesse que estás, supostamente, feliz ao lado de quem estás! Por isto tudo, já mais me peças desculpa, porque foste, ou melhor, fomos um ensinamento mútuo para ambos.

Hoje efectivamente continuo vazio, imagino e vivo na companhia dos meus pequenos amantes, todos os dias ao acordar olho para aquele pequeno ecrã e imagino que alguém especial me disse “Bons Dias, Espero que tenhas um bom dia de trabalho !“, ao ler de memória sorriu e, ao longo do dia, despistado, não me lembro do resto, ao final da tarde, vou romanceando na minha cabeça, e vou falando com esse alguém que apenas eu vejo, que apenas eu sinto, que apenas eu oiço, porque em verdade ele é apenas uma outra forma do meu eu, dado que eu sou o seu criador, vou-lhe dizendo o quanto gosto dele, o quanto o seu sorriso me faz feliz, e todas as demais coisas que se fazem habitualmente entre duas pessoas que se gostam. Todavia isto acarreta um problema grande, muito grande, porque no dia em que conhecemos alguém que tem alguma correspondência mútua a força do hábito destas conversas imaginárias faz com que se diga muitas destas coisas às pessoas que conhecemos à pouco tempo; tudo isto sinto que acaba por assustar as pessoas que até nos acham alguma piada e que vão desenvolvendo algo no seu interior por nós no seguimento de tantas conversas. E aqui é onde eu meto a “pata na poça” e acabo sempre por afastar as pessoas, porque na realidade demonstro mais do que aquilo que deveria, salto uma data de passos que as pessoas vão dando ao longo do tempo. Espero que estejas a ler isto que aqui escrevo para ti, para a pessoa que gostei de conhecer, para pessoa interessante que mexeu comigo, Desculpa! Sinto que fiz asneira com a mensagem que te mandei, nunca quis andar depressa demais, sempre quis dar o tempo e o espaço do Mundo que precisas sem que crie esperanças em nada, mas estou tão habituado a escrever de uma forma romanceada que guardo para mim, ou para os textos que partilho naquele [neste] espaço e acabei por ser apenas e só eu próprio sem filtros que deveria ter tido naquela altura, se calhar o melhor mesmo era ter estado calado e ter dito apenas que tinha chegado bem a casa. Ao conheceres parte da minha história de Vida penso que percebes aquilo que digo, já não crio expectativas naquilo que as pessoas me vão dar ou que têm que alcançar, cada dia será um dia da cada vez. Sei o quanto aquelas conversas foram importantes para ti e para mim, mas sou sincero, tirando a importância daquela conversa para o teu futuro, preferia não ter tomado aquele café e continuar a ter aquela conversa toda que tinha-mos. Sei que somos e seremos Amigos; sei de algumas coisas que sinto e que me fazem pensar. Não julgues que penso alguma coisa, que espero alguma coisa ou tenho esperanças; não a tenho para não me magoar, já mais em tempo algum te quero ver triste! Mas Hoje sem ninguém sabes do que falo, porque apenas nós dois sabemos para quem são estas linhas, precisei de te dizer isto, Quero-te bem e feliz!

Posso ser um ser errante muitas vezes, para não dizer sempre neste campo da Vida. Talvez pela idade, talvez pela envolvência social dos espaços que frequento, talvez pelo medo de que se concretize um dos maiores medos da minha Vida, talvez pelo surgimento de uma frase na minha memória, talvez por tantos talvez e tantas coisas que se passam naquela que é a minha linha, o meu tempo, aquele que apenas eu conheço, ou até mesmo por talvez ter este oceano de questões; sinto a falta daquilo que a maioria por esta altura já teve, de coisas tão simples, tão banais, tão normais, que aqui, em mim próprio, continuam a ser uma mera ilusão, uma mera epifania dos astros do cruzar das linhas, algo que apenas existe com a capacidade que detenho de mesclar a realidade com o ficcional, o concatenar da realidade que os olhos de todos veem com a realidade que apenas os meus nervos sentem e criam no caminho percorrido. Tudo é tão simples e, ao mesmo tempo, tudo é tão complexo na proximidade do caos, quando apenas busco o ponto de contacto, da ténue linha que separa a dupla realidade do Pentagrama, onde a busca pela verdadeira essência faz depois de se percorrer o caminho do interior da nossa Terra, do nosso mundo interior, naquele onde alcançamos a famosa pedra de Nicolas Flamel, e onde o despertar nos traz algo que Hoje não percebo e não entendo o porquê de estar a acontecer. Tive e tenho a sensação que a “chave” de acesso a este lado, que Hoje o corpo e a mente despertam a sua falta, mas tal como em qualquer cofre, precisamos da combinação certa para que o possamos abrir. Aquele toque fez algo que até Hoje ninguém tinha conseguido fazer, apenas a memória daquele momento é capaz de penetrar no mais profundos recônditos da mente e provocar aquela sensação de alegria e de prazer com algo mais que reservo para mim próprio.

Anseio por voltar a ler, a escrever, a falar, a tocar, a sentir como um Homem livre para com o Mundo, mas também para com esse alguém que me é especial e que apenas eu próprio sei quem é, tendo os meus amantes dele conhecimento mas por certas palavras, com outros nomes, com outros rostos, com outros agouros dissimuladores para que a sua beleza já mais seja descoberta e se reserve ao mais elevado estado de segredo, tal como se de um segredo de Estado se tratasse.

É aqui no refugio da Montanha, no caminho zero que, pode ser o ponto de partida para os viajantes ou o ponto de chegada para os caminhantes, que o mais puro dos silêncios da civilização me faz desligar de tudo o que vivo, da azafama que vivo lá em baixo, para em Paz conseguir discernir aquilo que realmente quero fazer de Hoje em diante. Sinto que está na altura de para uma data de relógios que trabalham ao mesmo tempo para que eu não tenha tempo de ligar ao meu próprio relógio, aos ponteiros mais importantes, à maquina que já quase ia parando por minha própria decisão, que nunca se chegou a realizar. Mas, em troca, o preço a pagar foi o de dar corda a muitas outras máquinas para esquecer as engrenagens vivas, que fazem com que a ponta da pena deambule com a rectidão que lhe é imputada nestas páginas; um custo que, certamente, nem todos estão dispostos a dispensar, porque simplesmente fecham as suas órbitas a tudo o resto! Talvez os mais entendidos na matéria interrogar-se-ão se vou conseguir parar alguns dos relógios aos quais dei e dou corda. A resposta essa não é definitiva, e talvez nunca venha a ser, porque em mim residem todos os sonhos do meu Mundo e, nestes sonhos, há sempre uma ponta de realização, haverá sempre uma ponta de esperança em fazer prolongar a batida dos pêndulos mecânicos; mas também poderei sempre abrir-lhes a coroa e deixá-los em roda livre para um dia mais tarde neles voltar a tocar.

Sei apenas que sou um Homem livre, e como homem livre tentarei sempre ser o melhor possível, para que reconheçam no meu eu algumas coisas que possam de facto ajudar os outros a serem melhores, a que eles próprios possam tornar-se melhores; não quero ser um exemplo para ninguém quero apenas poder ser reconhecido como um Farol que alumia os perigos que se podem passar ao escolher certos caminhos da Vida; tal como eu olho para certos faróis dispostos por essa costa a fora e para a beleza que neles lhe está subjacente, mesmo quando tapados pelo nevoeiro, ou encobertos pelas cinzas oceânicas.

Quando divergimos da sociedade, da maioria do rebanho que segue apenas e só para um lado só, nem que seja para o precipício, tendemos a dizer muitas vezes a frase “Um dia, talvez um dia …” e é aqui que está o problema, por ser-mos seres sociais, tudo o que sai para lá do padrão já é uma complicação bastante para desencadear um tormento de tantas outras coisas; tudo isto porque no fundo não estamos a olhar para o que é o essencial das nossas Vidas, porque andamos demasiado distraídos a pensar naquilo que os outros pensam. A mim importa-me ser, ver e fazer os outros felizes , se bem que é certo que não há possibilidade alguma de sermos cem por cento felizes, porque se não conhecer-mos a infelicidade então já mais saberemos o que é o seu Yng. Cada percurso da Vida é um caminho singular e único e, já mais, alguém poderá dizer o contrário; porque as vivências, as experiências, os medos e tudo o mais variam de pessoa para pessoa; e tudo isto tem e deve ser respeitado, caso contrário já mais seremos Homens livres tanto de pensamento como e espírito. Um dia terás alguém a dizer-te que és uma pessoa bonita, tanto na beleza física como no interior, e tu ao não conseguires olhar para o teu próprio interior porque vives mergulhado no “Um dia, talvez um dia…“, aperceber-te-ás que afinal ainda existe uma réstia de esperança para alguma coisa.

Vivi e talvez viva ainda petrificado um pouco pelo medo, e por isso o relógio era autómato, tenho que pedir desculpa a mim próprio, mas ao mesmo tempo peço-te desculpa porque te assustei, peço desculpa a todos aquele que incessantemente fizeram tensão para que a corda não partisse e com isso evitaram a minha queda no fundo poço. Tanto trabalho há pela frente para continuar a ser realizado, mas tudo se fará um dia de cada vez, passo a passo, degrau a degrau; porque o mais importante não é chegar em primeiro lugar, mas sim chegar.

Em verdade e na mais pura e genuína das verdades eu sou este animal complexo, com centenas de milhares de rodas dentadas que se movimentam a cada instante da Vida, em movimentos frenéticos que geram tantas coisas quanto aquelas que são possíveis de serem almejadas naquele particular e infinitesimal pequena unidade de tempo, sabendo que o tempo é a unidade mais relativa a que todo o Homem se pode agarrar. Cada momento deverá ser vivido como se fosse o último que iremos realizar, cada palavra deverá ser expressa como se fosse a última que vamos dizer àquele ser que está ali por diante.

Estas palavras já mais deveriam ou deverão assustar alguém, deverão sim ser algo que me permita conhecer e serão também elas que em parte serão o par de chaves assimétricas que ajudarão a deslindar, os segredos ocultos em cada texto, em cada carta, em cada nota, em cada particular significado que quero dar às coisas mais importantes da Vida, da minha e daquela pessoa acompanhada com outros alguéns, que terão sempre um rosto e um nome na minha cabeça, mas que por vezes não têm rosto e nome nas trincheiras dos meus textos.

Por ser quem sou, a pessoa que sou, a mente e alma que tenho, já mais me poderei considerar cem por cento realizado como um todo na Vida, porque haverá sempre algo que poderá ser aperfeiçoado ou melhorado, haverá sempre algo que ficou por fazer, algo que ficou por dizer, serei daqueles que mesmo depois de morto serei especial para alguns alguéns da Vida, porque o tempo que dediquei há morte fez-me pensar que por vezes precisas de outras coisas algo mais especiais! Mas isto serão os mistérios que apenas serão revelados quando eu já cá não estiver, será a minha visão da morte presente quando eu próprio estiver ausente! No fim, no meio e no principio e em tudo sejam e façam os outros felizes! Não posso não esquecer de dizer Obrigado, ás pessoas que saberão a quem se destinam estas palavras, que por tratado e convenção muitas vezes é palavra proibida.

Mudou alguma coisa este ano? “Um dia, talvez um dia ..”

Assim se vê que muita coisa mudou em apenas um ano! E quantas outras coisas não mudaram e que não têm espaço para serem ditas aqui? Tantas por certo!

De entre várias outras coisas tenho eu uma certeza absoluta, houve uma coisa que não mudou nem no todo, nem em parte, que foi a minha essência, o meu ser e o meu estar, a pessoa que sou e como vivo as coisas e as gentes, não deixei de ser um melómano nato que passa mais de noventa por cento do dia com os conjuntos de colcheias e semi-colcheias nos ouvidos, uma pessoa que não sabe expressar às pessoas mais próximas o quanto as gosto por gestos, por palavras, não o faço por mal, mas já conhecem a pessoa que sou; a pessoa que detesta que lhe digam obrigado em tantas situações da Vida onde a palavra é dispensável, e tantas outras coisas que espero que as pessoas descubram com o tempo, porque esse é parte do caminho na minha Vida, o da descoberta.

Dizem que todos nós temos uma ambição qualquer na Vida, contudo confesso que não tenho essa grande meta definida para a minha Vida e sinto que não a posso ter, porque ao definir essa meta na Vida estaria eu próprio a cerrar as minhas próprias pernas para que a cabeça pudesse esvoaçar livremente, por isso prefiro ter várias e a cada dia ir definindo a meta do dia seguinte; aos vinte e sete anos são muitas as variáveis que tenho em aberto, porque tenho toda uma Vida pela frente e ela é feita de ajustes e adaptações a cada dia que passa! Como já disse tantas vezes e continuarei a dizer, não me importa se chego primeiro ou chego em último ao topo da escadaria, importa-me sim a cada degrau que caio e que me espalho, me saiba levantar e tenha força para continuar a subir a escadaria, para um dia, talvez um dia possa chagar ao topo da escadaria e sentir que de facto a missão está cumprida, sem ter atropelado ninguém, mas ter ajudado aqueles que tropeçaram e levantaram-se e a continuarem em frente como eu! Este é o melhor sentimento lá à frente.

Aqui no meio da Serra e longe dos ruídos da cidade, no meu retiro de silêncio para acalmar a mente agradeço por tudo o que passei, pelas coisas boas e pelas coisas más, porque é no equilíbrio do fiel dos factores que está a harmonia e a luz invisível que incessantemente busco! A todos os que por mim passaram e se encruzilharam, aos que partiram e aos que ficaram para trás e aos recém-chegados, aos que lá longe entraram e ainda hoje estão cá, muito obrigado por estarem presente ou ausentes, ou ausentes mas sempre presentes!

Por agora é tudo,

 

Aqui desde o alto da Montanha deixo uma pergunta para que se possa reflectir:

E tu, na liberdade que detens achas que se pode buscar incessantemente os momentos da Vida? Sê Feliz e faz os outros Felizes!

 

E para terminar fica esta música do Caetano Veloso

 

NOTA: Este texto foi redigido no dia de ontem, no meio da Serra e foi programado para ser publicado hoje a esta hora de uma forma puramente automática, dada a ausência de rede móvel no meio da Serra onde me encontro.